Você já se deu conta de como os carros mudaram nos últimos trinta anos? Se você observar bem, para além da estética, podemos perceber que grandes tecnologias foram incorporadas a eles. O uso de cintos de segurança de três pontos, airbags, alerta de ultrapassagem, alerta de mudança de faixa, frenagem de emergência entre tantos outros estão cada vez mais disponíveis nos modelos mais econômicos. E por que tudo isso? A resposta está nas estatísticas. A cada novo item de tecnologia acrescentado ao automóvel, mais seguro ele fica, menos acidentes e lesões ocorrem.

O mesmo acontece com a cirurgia. A colocação de um robô entre o paciente e o cirurgião abriu as portas para uma série de melhorias nos procedimentos cirúrgicos que culminam em maior segurança e conforto para o paciente. Com a tecnologia disponível hoje em dia, podemos utilizar o robô para realizarmos movimentos extremamente delicados e com precisão jamais vista. A ampliação da capacidade visual que o robô nos oferece auxilia a que suturas em dutos de três milímetros de diâmetro possam ser feitas, por exemplo.

Mas como funciona o robô?

O paciente é anestesiado normalmente e os campos cirúrgicos esterilizados são colocados como em uma cirurgia tradicional. Após a insuflação de gás carbônico no abdômen, aproximamos o robô e conectamos os seus braços (são 4 braços normalmente) aos portais de 8 mm de espessura que foram colocados na parede abdominal do paciente. Assim, o cirurgião auxiliar coloca as pinças e então o cirurgião pode começar a operar no console. Este console possui um visor por onde o cirurgião vê todas as estruturas dos órgãos que ele precisa operar. Suas mãos controlam a sua visão e as pinças do robô. Os movimentos são extremamente delicados e com uma precisão que permite a identificação de até os mais pequeninos vasos sanguíneos que podem então ser cauterizados, o que se traduz numa cirurgia com mínimo sangramento e absolutamente limpa. Enxergar todas as estruturas de forma ampliada traz uma segurança muito grande para a dissecção cirúrgica.

Da mesma forma, o robô foi projetado para que seus movimentos não machuquem a parede abdominal e é por isso que a cirurgia robótica quase não causa dor alguma no paciente. Sem dor, o paciente acaba por se recuperar mais rapidamente, voltando precocemente a suas atividades diárias, esportivas e laborais.

Atualmente utilizamos a cirurgia robótica para tratar muitas patologias:

Na Cirurgia Bariátrica, nos permite sermos precisos e delicados mesmo com todo o peso da parede abdominal sobre as pinças.

Nas Cirurgias de Hérnias, a dissecção perfeita da musculatura permite a sutura adequada dos tecidos e a colocação de telas com fixação sem grampos ou materiais estranhos que possam causar dor crônica.

Nas Cirúrgias de Refluxo Gastroesofágico é possível criar válvulas anti-refluxo ajustadas precisamente.

Nas Cirurgias Oncológicas para tratamento de tumores, a tecnologia robótica permite visualizarmos quais tecidos estão sadios e vascularizados suturarmos e assim, diminuirmos o risco de fístulas e complicações.

Enfim, o uso desta ferramenta acrescenta muitas qualidades ao cirurgião experiente, permitindo que este possa realizar uma cirurgia que seja o mais segura possível e completa no mais alto grau de precisão, trazendo ao paciente uma recuperação mais confortável e rápida.